quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Serendipity

Hoje escolho uma palavra para a qual não encontro um significado, na minha língua, que me entusiasme particularmente.
Gosto muito do significado (e do filme). Por vezes sinto-me muito assim: encantado com o entusiasmo da descoberta , sem estarmos à procura.


Na página de uma colega ouvi Nick Drake e lembrei-me do filme que alguém traduziu para “Um Feliz Acaso”. A primeira vez que vi a cena do encontro final achei que a música que tinham colocado ficava aquém. Hoje ouvi melhor, li sobre Nick Drake e pareceu-me melhor.
Pode ser da idade, do estado de espírito ou da personagem que imagino mas a música faz-me mais sentido hoje. Hoje sinto-me vivo e isso deixa-me feliz.

Por vezes o nosso barco deambula, suavemente, pelo oceano imenso e recostamo-nos a olhar para o que nos rodeia. Parece que desta vez dei comigo a contemplar o céu do Norte (“Northern Sky”).
Neste momento há o Sul (onde estou), o Norte (onde já estive), o Céu onde me imagino e… a personificação de um Feliz Acaso para onde faço por caminhar.

Recorda-me uma citação desse eterno explorador (e corsário) do século XVI.

“There must be a beginning of any great matter, but the continuing unto the end
until it be thoroughly finished yields the true glory.”
Sir Francis Drake

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Um caso em casa


Aprecio trocadilhos. Aprendi a gostar dos jogos de palavras com as músicas dos GNR (aqueles que cantam). Quando menos espero aparece-me uma ideia com palavras. Hoje é tapete.


A mensagem de hoje podia ser em persa, ou de arraiolos mas é de pequenos tamanhos. Não chega a ser carpete ou alcatifa...


Tive um pequeno desespero porque a pequena não se dispôs a lavar o tapete. Acontece-me muito com as miudezas da vida. Resolvi, então, mudar de rumo e pôr mãos à obra. Em 10 minutos senti-me novo outra vez. Desapareceu o entrelaçado dentro de mim, desfazendo os nós que me moiam o juízo. Não senti que lhe tirei o tapete.

Ao invés de poder querer ser um Aladino que voa em tapete atrás de tapete, procurei ser um paladino com a ilusão de imaginar corpete atrás de corpete.

Assim não casa bem.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

de certo...no deserto

Depois de começar a ler o novo livro de Miguel Sousa Tavares (MST) "No teu deserto" no passado Sábado só hoje terminei. Adiei o fim. Tive de escolher entre ler rápido e ir saboreando. Optei pela segunda via.


Gostei muito. É um livro simples, uma história de um homem e de uma mulher que se tocam e que se afastam.

Fala de silêncios, dos desertos que temos de percorrer nas nossas vidas e daqueles que nos distam dos outros.

Retenho a página 100, quando falam daqueles que "ficam calados porque já não têm mais nada de importante para dizer". A poupança, até nas palavras.

Procuro e encontro o que procurava para hoje escrever:

Escrever é usar as palavras que se guardaram: se tu falas de mais, já não escreves, porque não te resta nada para dizer. Miguel Sousa Tavares
O silêncio que surgiu deste deserto fez-me escrever.

sábado, 1 de agosto de 2009

Acção Exemplar

Os meios de comunicação social (ou lá como chamam aos jornalistas) noticiaram ontem que um camião caiu.
Mais uma tragédia, igual a tantas outras que acontecem por cá e pelo Mundo.
Mas esta notícia é diferente. Ora vejam.


José Brilho, esse herói até então anónimo, ajudou a que o motorista não desfalecesse e evitou uma tragédia maior. Simples? Talvez. Pouco relevante? Não, muito relevante.
Um simples ser humano que estava no sítio certo, à hora certa e teve a atitude certa.
Quantos de nós não conseguimos ter a atitude certa mesmo que estejamos no sítio certo, à hora certa ? Muitos... seguramente.
Lembrou-me uma citação:

Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única.
Albert Schweitzer

Se alguma vez voltar a escrever um post sobre estes assuntos, vou ter José Brilho como referência. A esse ser humano o meu profundo obrigado.
Hoje soube-me bem ver o serviço informativo na televisão.

O Regresso do Rei

Esta semana ouvi uma boa notícia.

Começo por dizer que muito embora este facto não influencie a minha vida de forma directa aumenta o meu bem-estar. faz-me ficar satisfeito. Alegra-me.

Michael Schumacher, o melhor piloto de Formula 1 de todos os tempos, vai voltar a conduzir um Ferrari.

Depois de jejum após jejum nesta época acredito que a Ferrari pode voltar a ganhar e a repetir-se a imagem de vitória que tantas vezes entrou pela minha sala dentro.

Esta imagem! Anunciava-se o Regresso do Rei

terça-feira, 28 de julho de 2009

Limiar de Conforto

Limo o conceito de limiar de conforto enquanto vejo o "Revolutionary Road" do Sam Mendes.

É uma infeliz história de um amor com diversas ambiguidades situadas entre o sonho e a realidade.

Compreendo a April. É uma luta titânica para mudar e ao mesmo tempo querer permanecer (ainda que infeliz). Esta luta consigo própria acaba por fazê-la sucumbir, em vida.

Há uma espécie de redoma que Frank constroi da vida deles que impede a mulher de entrar e de sair de cena. É uma imagem curiosa que encontrei apenas no livro que serviu de inspiração ao filme.

Lembrou-me uma velha citação.

"O mesmo muro que impede os outros de entrar, impede-os de sair." - Bill Copeland
E porque continuamos a evitar esta mudança tão necessária e que pode conduzir os outros a maior infelicidade?

Não pode ser explicado apenas pelo limiar de conforto.

Conforta-me pensar que ainda posso mudar...

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Onde estás?

Acabo de ler o "Dinner for two" do Mike Gayle.


Não deixo de pensar no quanto é bom tomarmos as decisões mais acertadas (não necessariamente as mais fáceis) quando a nossa vida balança. O final é como devia ser...



Acabo de ver o "He's Just Not That Into You" com um elenco de actores conhecidos. Os pontos de vista de homens e mulheres, nos labirintos que os próprios criam das suas vidas, são dispostos com comicidade. Gigi, personagem central, atira, no final, com estas palavras:

"Maybe the happy ending is... just... moving on. Or maybe the happy ending is this, knowing after all the unreturned phone calls, broken-hearts, through the blunders and misread signals, through all the pain and embarrassment you never gave up hope."

Num mundo de mulheres, com tantos sinais e tantos cruzamentos ainda fico admirado como dão com o caminho. Tento admirar a sua ousadia e força de vontade com que constroem e destroem sonhos e intuições para que o todo volte a bater certo nas suas cabeças. Apesar dos contratempos parece que tudo faz parte de um "Masterplan" e que encontram coerência nas situações mais bizarras e situam-se com um romantismo invejável.


Ás vezes corre mal. Não parecem encontrar o Wally. A ansiedade causa ilusões...

Mas a vida é feita de esperança e por um instante voltamos todos (homens e mulheres) a acreditar outra vez. Vezes sem conta, contamos com o instinto. Continuamos o caminho à espera de encontrar alguém que nos complete (e nos complemente) para podermos ser felizes. A felicidade a dois, num jantar a dois.


Imaginamos os pormenores, os cenários, os rituais e no fim perguntamos: onde estás tu? Onde te posso encontrar? Ligas-me ou ligo-me a ti?

E se ela (ou ele) não está assim tão interessada (ou interessado) em ti? Enches-te de esperança e... segues caminho.

domingo, 26 de julho de 2009

Zerar


Gosto de verbos. Não é de agora que tento conjugar palavras com movimentos.

Hoje tenho este ímpeto de parar. Parar? Sim, para voltar.

Fico aqui a zerar o meu Mundo e espero que o dia 27 seja um recomeçar de um novo fôlego, o (re)começo de boas recordações futuras.

Não tenho ilusões: tenho de treinar mais para conseguir melhores resultados.

Estou disposto a isso? Se assim não fosse não estaria a escrever hoje - guardaria para amanhã.
Digo de mim para mim: Vamos a isto? :-)
Carrego no botão. Já está.